quinta-feira, 12 de agosto de 2010

Nascer e morRer

Curiosa a vida.

Ha uma semana atraz inscrevi-me num daqueles sites de contactos com o objectivo de reencontrar velhos amigos. Facilmente reencontro alguns bons amigos apesar das distancias e do tempo que ja passou sem termos contacto.

Escolhi 2 deles para mandar um "alô" nessa noite e na manhã seguinte recebo duas respostas distintas acompanhados de dois sentimentos antagónicos: a um tinha nascido um filho fazia 4 ou 5 semanas ao outro amigo tinha falecido o pai há cerca de 2 ou 3 semanas.

Ocorreu-me logo esta viagem que é a vida e o texto do comboio, desta vez acompanhado por duas obras dos Pink Floyd: Breath e Brain damage.



Há algum tempo li um livro que comparava a vida a uma viagem de comboio Uma leitura extremamente interessante, quando bem interpretada.

Isso mesmo, a vida não passa de uma viagem de comboio, cheia de embarques e desembarques, alguns acidentes, agradáveis surpresas em muitos embarques e grandes tristezas em alguns desembarques.

Quando nascemos, estamos nesse magnífico comboio e nos deparamos com algumas pessoas, que julgamos, estarão sempre nessa viagem connosco, nossos pais.

Infelizmente isso não é verdade, em alguma estação eles descerão e nos deixarão órfãos do seu carinho, amizade e companhia insubstituível. Isso, porém não nos impedirá que durante o percurso, pessoas que se tornarão muito especiais para nós, embarquem.

Chegam nossos irmãos, amigos, filhos e amores inesquecíveis!

Muitas pessoas embarcarão nesse comboio apenas a passeio, outras encontrarão no seu trajecto somente tristezas e ainda outras circularão por ele prontos a ajudar quem precise.

Vários dos viajantes quando desembarcam deixam saudades eternas, outros tantos quando desocupam seu assento, ninguém nem sequer percebe.

Curioso é constar que alguns passageiros que se tornam tão caros para nós, acomodam-se em vagões diferentes dos nossos, portanto somos obrigados a fazer esse trajecto separados deles, o que não nos impede é claro que possamos ir ao seu encontro.

No entanto, infelizmente, jamais poderemos sentar ao seu lado, pois já haverá alguém ocupando aquele assento.

Não importa, é assim a viagem, cheia de atropelos, sonhos, fantasias, esperas, despedidas, porém, jamais, retornos.

Façamos essa viagem então, da melhor maneira possível, tentando nos relacionar bem com os outros passageiros, procurando em cada um deles o que tiverem de melhor, lembrando sempre que em algum momento eles poderão fraquejar e precisaremos entender, porque provavelmente também fraquejaremos e com certeza haverá alguém que nos acudirá com seu carinho e sua atenção.

O grande mistério afinal é que nunca saberemos em qual paragem desceremos, muito menos nossos companheiros de viagem, nem mesmo aquele que está sentado ao nosso lado.

Eu fico pensando se quando descer desse comboio sentirei saudades. Acredito que sim, separar -me de muitas amizades que fiz será no mínimo doloroso, deixar meus filhos continuarem a viagem sozinhos será muito triste com certeza... mas agarro-me na esperança que em algum momento estarei na estação principal e com grande emoção os verei chegar,

Estarão provavelmente com uma bagagem que não possuíam quando embarcaram e o que me deixará mais feliz, será ter a certeza que de alguma forma eu fui um grande colaborador para que ela tenha crescido e se tornado valiosa.
Amigos, façamos com que a nossa estada nesse comboio seja tranquila, que tenha valido a pena e que quando chegar a hora de desembarcamos o nosso lugar vazio traga saudades e boas recordações para aqueles que prosseguirem a viagem.



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