domingo, 18 de julho de 2010

Adeus a Faro 2010







"Entre mim e o chão está apenas um pedaço de metal inteligente e 10 cm de borracha. Este metal não é outro senão o meu melhor amigo, o meu cão de guarda, o meu confessor, a minha alma gémea. Por uma razão que só talvez Freud pudesse explicar, não o vejo como um ele, mas sim como uma ela.
As mãos, que estrangulam os punhos com uma determinação inabalável, são um elo perfeito, que nos liga aos dois, e nos tornam num só. Ela entende a minha linguagem corporal, obedece-me sem hesitar, dando o seu conselho de sábia de vez em quando, mas sem nunca pedir algo em troca, apenas o bom senso de não nos tornarmos efémeros.

Apesar de não falarmos como as outras pessoas, eu percebo o que ela me diz, numa telepatia de sons e sinais, com uma clareza só comparada a água.

Lá fora está frio, mas frio é apenas uma palavra de um dicionário que nunca li. Nada penetra para cá deste escudo que sinto quando estou com ela. Parece uma redoma, uma atmosfera própria dum mundo só nosso. Um mundo perfeito, na sua natureza simples, que me dá o que quero; alimenta-me os sonhos; faz-me crescer, como se grande me sentisse; e reproduz-me as ideias que ecoam no capacete, sem nunca saírem lá fora. Sinto-me completo.

Penso em toda a gente quando estou com ela, mas nunca me lembro de ninguém. Sinto-os desconhecidos, pessoas distantes do sítio onde estou agora.
A estrada parece vazia, apesar dos vultos que vejo passar à medida que acelero, guiado apenas por uma linha intermitente e algo desfocada, que se torna mais nítida quando ela grita mais alto.
Paramos para ver o mundo lá fora. Por ela, continuávamos até o sempre, mas estou cansado, por abraçá-la com tanta força. Descanso, mas sinto a vontade de voltar.

Ela chama-me.
E com um ligeiro toque, quase divino, num sítio certo, ouve-se o céu trovejar como se avisasse uma tempestade; mas é apenas o meu pequeno monstro, carinhosamente apelidado, a acordar da pequena sesta e a espreguiçar-se para uma nova aventura.
Junto-me a ela, volto para o nosso mundo e fecho a porta lá de fora.
E aí sim, o tempo pára, perco a noção de quem sou, donde vim, e ocupo-me apenas de para onde vou. As palavras deixam de ecoar na mente e o cérebro esvazia-se de pensamentos profundos. Sinto-me seguro com ela, como se criança fosse, protegida por alguém que nos tem um amor verdadeiro.
Está escuro lá fora.
Algo me empurra com a força de um furacão.
Este algo parece vento, mas não é o vento que as pessoas conhecem.
Parece conhecer-me, saber quem sou em todo o meu ser, e, entrando no meu mundo, sussurra-me ao ouvido, pela mais pequena fenda do capacete:
"não estás sozinho". "

sábado, 3 de julho de 2010

Jim MorRison 39 anos depois da sua morte







Bob MarLey










O rastafarianismo, também conhecido como movimento rastafári ou Rastafar-I (rastafarai) é um movimento religioso que proclama Hailê Selassiê I, imperador da Etiópia, como a representação terrena de Jah (Deus). Este termo advém de uma forma contraída de Jeová encontrada no salmo 68:4 na versão da Bíblia do Rei James, e faz parte da trindade sagrada o messias prometido. O termo rastafári tem sua origem em Ras ("príncipe" ou "cabeça") Tafari ("da paz") Makonnen, o nome de Hailê Selassiê antes de sua coroação.

O movimento surgiu na Jamaica entre a classe trabalhadora e camponeses negros em meados dos anos 20, iniciado por uma interpretação da profecia bíblica em parte baseada pelo status de Selassiê como o único monarca africano de um país totalmente independente e seus títulos de Rei dos Reis, Senhor dos Senhores e Leão Conquistador da Tribo de Judah, que foram dados pela Igreja Ortodoxa Etíope.
Alguns historiadores, afirmam que o movimento surgiu, e teve posteriormente adesão, por conta da exploração que sofria o povo jamaicano, o que favorece o surgimento de ideias religiosas e líderes messiânicos.

Outros factores inerentes ao seu crescimento incluem o uso sacramentado da maconha ou "erva", aspirações políticas e afrocentristas, incluindo ensinamentos do publicista e organizador jamaicano Marcus Garvey (também frequentemente considerado um profeta), o qual ajudou a inspirar a imagem de um novo mundo com sua visão política e cultural.

O movimento é algumas vezes chamado rastafarianismo, porém alguns rastas consideram este termo impróprio e ofensivo, já que "ismo" é uma classificação dada pelo sistema babilónico, o qual é combatido pelos rastas.

O movimento rastafári espalhou-se muito pelo mundo, principalmente por causa da imigração e do interesse gerado pelo ritmo do reggae; mais notavelmente pelo cantor e compositor de reggae jamaicano Bob Marley. No ano 2000 havia aproximadamente um milhão de seguidores do rastafarianismo pelo mundo, algo difícil de ser comprovado devido à sua escolha de viver longe da civilização. Por volta de 10% dos jamaicanos se identificam com os rastafáris. Muitos rastafáris são vegetarianos, ou comem apenas alguns tipos de carne, vivendo pelas leis alimentares do Levítico e do Deuteronômio no Velho Testamento.