quinta-feira, 24 de junho de 2010

As marcas de um assalto

Para a vítima de assalto, o drama não termina quando o ladrão vai embora. A imagem do revólver apontado, as feições e ameaças do bandido, os gestos violentos e o inevitável sentimento de humilhação podem permanecer na memória por algum tempo. É o trauma da violência. Seus sintomas são psíquicos e até físicos. Ansiedade, dificuldade para dormir são os mais leves. Quando a atitude dos bandidos descamba para a barbárie, são comuns reações como taquicardia, suor, insônia, pesadelos recorrentes e medo – muito medo de sair às ruas. Adoecida pelo trauma, a pessoa foge do convívio social e prejudica sua rotina de vida. Leva tempo para a cura.

Os traumas passaram a ser estudados como caso de saúde nos anos 70, nos Estados Unidos, quando se notou que os soldados voltavam do Vietnã com dificuldade para se readaptar à vida normal. Alguns psiquiatras acreditam que existem pessoas com predisposição genética para a doença. A eficácia da ajuda médica depende muito do próprio paciente. Nos casos mais graves, é necessária uma combinação de terapia e medicamentos. É fundamental motivar a pessoa e diminuir a importância do evento gerador do trauma. Mesmo que não se esqueça do que aconteceu, o paciente pára de vislumbrar uma ameaça toda vez que defronta com a lembrança.

O sofrimento não se encerra no assalto.

in http://rosamcarvalho.blogspot.com/2009/07/assalto-um-trauma-inesquecivel.html 


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